sábado, 26 de julho de 2014

TRILOGIA GUERRA DO VIETNÃ

Sou apaixonado por filmes de guerra. E acho que existem algumas obras primas da 7ª arte neste quesito.

E hoje vou falar dos três filmes básicos para qualquer amante do cinema sobre a Guerra do Vietnã: Apocalypse Now, Platoon e Nascido para Matar.
Só um detalhe: hoje eu vou falar sobre os filmes que retratam a guerra. Futuramente pretendo escrever sobre dois filmes que falam do pós guerra, que também são obrigatórios. Mas o nome dos filmes eu só irei falar quando escrever o texto.
Seguindo a ordem cronológica, começaremos por Apocalypse Now, de 1979. Dirigido por Francis Ford Coppola, tem no elenco Martin Sheen, Marlon Brando e Robert Duvall. O filme conta a história do capitão Willard (Sheen) enviado ao interior do Camboja assinar o coronel Kurtz (Brando), que se tornou louco.

Durante o trajeto de barco até o Camboja, Willard acaba se envolvendo em situações absurdas que aconteceram durante a guerra com os soldados americanos: desde surfistas de rio à show das coelhinhas da Playboy. E ao encontrar Kurtz, Willard não sabe mais se deve ou não completar sua missão.

Além de todo este conflito ético que o personagem de Sheen passa durante o filme, não podemos deixar de destacar duas cenas que se tornaram clássicas no cinema: o ataque dos helicópteros, liderado pelo tenente-coronel Kilgore (Duvall) ao som da música Cavalgada das Valquírias e a frase que Kilgore fala após um ataque com bombas de napalm feito pela força aérea: “Eu adoro o cheiro de napalm pela manhã”.

O filme ganhou os Oscars de Melhor Fotografia e Melhor Som, além de ter sido indicado nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Edição (perdeu nas duas categorias para All That Jazz), Melhor Filme (perdeu para Kramer VS Kramer), Melhor Ator Coadjuvante com Robert Duvall (perdeu para Melvyn Douglas, que atuou no filme Muito Além do Jardim) e Melhor Diretor (Coppola perdeu para Robert Redford com o filme Gente como a Gente).

Em 1986 estreou o filme Platoon, de Oliver Stone. Estrelado pelo então promissor (e não garoto problema) Charlie Sheen, também tem no elenco Tom Berenger e Williem Dafoe. O filme conta as loucuras da guerra através do olhar do soldado Chris Taylor (Sheen), que se alista para ir ao Vietnã. E durante seu período lá, ele entra em contato com os sargentos Barnes (Berenger), um assassino louco e brutal, e Elias (Dafoe), um homem inteligente e pacifista. E durante o tempo que passa lá, Taylor muda completamente sua visão da guerra e dos motivos pelos quais os jovens são enviados para lá.

A loucura da Barnes pode ser resumida em uma cena: quando ele pega uma criança e coloca a arma na cabeça dela, para obrigar que seus pais contem onde estão os soldados vietcongues. E a morte de Elias, sendo assassinado por soldados enquanto os helicópteros de resgate vão embora é linda.

Platoon venceu o Oscar nas categorias Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Som e Melhor Montagem. Também foi indicado nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante, com Tom Berenger e Williem Dafoe, Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia.  Berenger e Dafoe perderam para Michael Caine, no filme Hannah e Suas Irmãs, que também venceu a categoria de Melhor Roteiro Original. Já o prêmio de Melhor Fotografia ficou com filme A Missão.

E para encerrar, temos Nascido para Matar, de 1987. Dirigido por Stanley Kubrick, mostra dois aspectos muito importantes da guerra: o primeiro é a lavagem cerebral pela qual os soldados passam antes de ir para guerra e depois, já durante a guerra, como os soldados viam a guerra.

Este filme tem três cenas marcantes: a primeira, quando o sargento Hartman (magistralmente interpretado por R. Lee Ermey) se apresenta aos recrutas. E toda vez que ele fala, a raiva com que ele cita os comunistas já mostrava a visão dos americanos do “perigo vermelho”. A segunda cena é quando o soldado Leonard “Gomer Pyle” (interpretado por Vincent D’Onofrio) mata o sargento e se suicida. E a terceira cena é quando, após um ataque, os soldados americanos resolvem fazer sexo com uma prostituta vietcongue. Por sinal, do meio para o fim do final, é muito bem trabalhado essa parte de como os solados americanos vêem a guerra como seus superiores parecem não se importar com a população local.

O filme foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado em 1988, mas perdeu para O Último Imperador, de Bernardo Bertolucci.

Como falei no começo do texto, os três filmes são imperdíveis. Clássicos absolutos. Infelizmente, eles retratam com fidelidade uma das maiores insanidades do homem: a guerra.


PUBLICADO ORIGINALMENTE NO SITE POLTRONA DE CINEMA (WWW.POLTRONADECINEMA.WORDPRESS.COM) EM AGOSTO DE 2011

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