sábado, 26 de julho de 2014

A IMPRENSA E O CINEMA

Hollywood tem certo fascínio por algumas profissões. E conta histórias de médicos, advogados, políticos, esportistas e cientistas das mais diversas maneiras, mas sempre sendo o mocinho ou o vilão do filme. E uma profissão que também tem seu brilho contado por Hollywood é a de jornalista.
É verdade que temos filmes excelentes sobre a imprensa. Muitos se tornaram clássicos, como Cidadão Kane ou A Montanha dos 7 Abutres. Mas, pelo ponto de vista da tela de cinema, podemos dividir a atuação dos jornalistas no cinema em 5 categorias distintas: Repórter Herói; Repórter Vilão;  Repórter Bobo, Repórter Verdade; e o Super Repórter.

REPÓRTER HERÓI

Neste tipo de filme, o mocinho é um repórter arrojado, que luta com unhas e dentes para levar a verdade para o público. Seu trabalho é visto no começo com descrédito e conforme ele vai investigando, ele vai crescendo até conseguir descobrir todas as peças do quebra-cabeça.

É bem provável que no final deste filme aconteça um romance entre os personagens principais.

Podemos destacar nesta categoria os filmes Adoro Problemas, com Julia Roberts e Nick Nolte; Intrigas de Estado, com Russell Crowe e Ben Affleck; e O Dossiê Pelicano, com Denzel Washington e Julia Roberts.

REPÓRTER VILÃO

Neste caso, temos desde o vilão de filmes de ficção ao jornalista que manipula a notícia em seu favor. É sempre retratado com um personagem sem princípios e mau caráter.

Temos em destaque nesta categoria os filmes 007 – Amanhã Nunca Morre com Elliot Carver, magistralmente interpretado por Jonathan Pryce; Duro de Matar e Duro de Matar 2 com o repórter Richard Thornburg (William Atherton), que na sua sede pelo sucesso coloca em risco a vida da família de John McClane (Bruce Willis); e Godzilla com a aspirante a jornalista Audrey Timmonds (Maria Pitillo), que trai a confiança de Nick Tatopoulos (Matthew Broderick) apenas para roubar uma fita de vídeo.

REPÓRTER BOBO

É o filme onde a imprensa simplesmente “engole” o que é passado pelos veículos oficiais ou não é capaz de investigar nada para saber como estão as coisas do outro lado da rua. Normalmente neste tipo de filme, o jornalista acaba não sendo o personagem principal, apenas um coadjuvante que aparece divulgando os fatos.

Destacam-se nesta categoria os filmes Mera Coincidência, onde Dustin Hoffman cria uma guerra virtual na Albânia e nenhum repórter pensou em pegar um telefone para ligar e saber como estão as coisas; e Segredos do Poder, onde a campanha presidencial de John Travolta faz o que quer com a imprensa.

REPÓRTER VERDADE

Esta categoria é a que mais mostra como realmente funciona a imprensa. Na maioria das vezes, são retratados casos reais, mas algumas ficções também conseguem ser fieis quando querem.

Nos filmes que contam histórias verídicas, vale a pena ver Todos os Homens do Presidente, que conta a história dos repórteres Bob Woodward (Robert Redford) e Carl Bernstein (Dustin Hoffman) desvendando o caso WaterGate; Direto de Bagdá, com Michael Keaton e Helena Bonham Carter, que conta a história de como a CNN se tornou a principal emissora americana de notícias durante a Guerra do Golfo.

Já na ficção temos O Jornal, com Michael Keaton, Robert Durvall, Glenn Close e Marisa Tomei, que conta como é um dia de um grande jornal em Nova York e todos os problemas (inclusive financeiros) que um repórter tem; Nos Bastidores da Notícia, com William Hurt, Holly Hunter, Albert Brooks e Jack Nicholson, que apesar do pano de fundo para uma comédia romântica, faz várias críticas as pessoas que trabalham na imprensa em geral; e o nacional Doces Poderes, com Marisa Orth, Antônio Fagundes e José e Abreu, que apesar de ser uma ficção, acaba contando a história uma repórter idealista recém chegada à Brasília durante a eleição para governador e acaba tendo que enfrentar diversos problemas, como a saída de vários membros de sua equipe e a campanha eleitoral. Mas o melhor do filme acaba sendo as decisões que ela tem que tomar depois de um debate. Várias são as referencias do famoso debate entre Collor e Lula na eleição de 89.

Nesta categoria, também temos que destacar não somente quando o jornalista faz de maneira correta e ética o seu trabalho, mas quando ele é um péssimo profissional.

Este tipo de repórter pode ser visto no filme O Preço de uma Verdade, com Hayden Christensen, Peter Sarsgaard e Rosario Dawson, que conta a história verídica do repórter Stephen Glass, que durante 3 anos inventou histórias e personagens enquanto trabalhava na revista The New Republic, para ganhar prestigio e fama.

SUPER REPÓRTER

São os filmes onde o jornalista, além de escrever e tirar fotos, tem que salvar o mundo e a mocinha no final.

Super-Homem e Homem Aranha são os melhores exemplos.


PUBLICADO ORIGINALMENTE NO SITE POLTRONA DE CINEMA (WWW.POLTRONADECINEMA.WORDPRESS.COM) EM MAIO DE 2011

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