sábado, 26 de julho de 2014

O LEGADO DA CHARLTON COMICS

Salve Galera.

É comum no mundo dos quadrinhos uma editora ser comprada por outra e seus personagens serem adicionados nas histórias. Isso pode acontecer por vários motivos: desde o interesse por um personagem ou a falência da editora.

O caso mais recente foi a quebra da Dreamwave, editora que era dona dos direitos dos Transformers e que acabou quebrando em 2004. E os direitos para publicação de Transformers foram para na IDW.

Mas hoje quero contar a história da Charlton Comics, editora fundada em 1946 por John Santangelo e Ed Levy.
Ainda na década de 30, antes de adotarem o nome Charlton Comics, Santangelo e Levy tiveram um começo discreto no mundo editorial, publicando revistas com letras de músicas e outras pequenas reportagens. O sucesso mesmo começou por volta de 1950, quando eles compraram outras editoras menores, como a Superior Comics, a Mainline Publications e a Fawcett Publications, dona da Fawcett Comics e do personagem Capitão Marvel. Infelizmente na época da compra da Fawcett, o Capitão Marvel já estava sendo vendido para a DC Comicse por isso não entrou no acordo.
De qualquer forma, a Charlton deu um pulo no mundo das HQs, com o lançamento de alguns personagens, como o Besouro Azul, o Capitão Átomo e o Questão. Graças às boas vendas, a Charlton também pôde contratar grandes nomes para trabalhar em sua redação, como Steve Ditko, John Byrne, Jerry Siegel e John Buscema.
Nas décadas de 60 e 70 as vendas da Charlton despencaram. E para piorar a situação da editora vários outros problemas surgiram, como o fim da sociedade entre John Santangelo e Ed Levy e a quebra do contrato com Larry Flint para a distribuição da revista masculina Hustler. Para tentar se salvar, a Charlton começa a publicar quadrinhos infantis de personagens da Hanna-Barbera e da King Features, dona de vários personagens, como Dênis, o Pimentinha, Gato Félix, Jim das Selvas, Hagar - o Horrível, Recruta Zero e Betty Boop.
Por fim, mesmo com os novos rumos tomados pela editora, ela acabou fechando as portas na década de 80, quando foi adquirida pela DC Comics. E durante a Crise nas Infinitas Terras, em 1983, foi definido que os personagens da Charlton Comics pertenciam a Terra 4 e mais tarde alguns deles foram incorporados às histórias da DC. Alguns com mais sucesso, como o Besouro Azul e o Capitão Átomo e outros com menos, como o Pacificador, o Questão e a Sombra da Noite.

O mais irônico da história é que quando os direitos da Charlton foram adquiridos pela DC, Alan Moore queria usar os personagens em um projeto que ele estava desenvolvendo: Watchmen. Infelizmente Moore não conseguiu usar os personagens da Charlton na história, mas eles foram sua fonte de inspiração: o Comediante é baseado no Pacificador; o Dr. Manhattan na primeira versão do Capitão Átomo, muito mais poderoso do que a versão atual da DC Comics; o Coruja no Besouro Azul; Rorschach no Questão; Espectral na Sombra da Noite; e Ozymandias em Peter Cannon – Thunderbolt, também um personagem da Charlton Comics.
Apesar de ter fechado suas portas a mais de 30 anos, a Charlton Comics deixou um legado extremamente importante para os fãs de quadrinhos. Legado que foi muito bem aproveitado pela DC, que mantém vários de seus personagens na ativa até hoje.

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO SITE GEEZBOX (WWW.GEEZBOX.COM.BR) EM NOVEMBRO DE 2012

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