domingo, 27 de julho de 2014

EU QUERO O JAMES BOND DE VOLTA

Eu não gosto do James Bond atual.

Não tenho nada contra o ator Daniel Craig. Pelo contrário, acho que ele é um excelente ator.
Destaco sua atuação em Munique (Munich, de 2005, direção de Steven Spielberg, com Eric Bana e Geoffrey Rush), onde ele interpreta Steve, um dos agentes do Mossad responsável por caçar e matar os membros do Setembro Negro, grupo terrorista palestino responsável pelo assassinato dos atletas israelenses durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.

Naquele papel, como um assassino frio e calculista, ele está excelente. Mas ele não pode ser James Bond.

Digo isso pelo seguinte: para um ator ser o 007 ele precisa ter uma elegância e um charme natural. E ao mesmo tempo passar o ar de profissionalismo que você espera de um homem que tem licença para matar.

Daniel Craig não tem isso. Ele mais parece um leão de chácara do que um agente secreto.

Sem contar que comparar os atores que interpretaram James Bond antes dele é sacanagem. Sean Connery, Roger Moore e Pierce Brosnan nasceram para usar o terno de 007. Elegantes, finos, sensuais e ao mesmo tempo, com a frieza necessária para fazer o que for necessário.

Infelizmente Craig não passa isso. Como falei, ele não consegue ter o carisma que os outros atores têm.

Sem contar que a ideia dos produtores de tornar o personagem mais “real” eu achei um tiro no pé.

Quando alguém pensa em 007, logo imagina um relógio com laser, um carro que anda embaixo da água, um cinto com corda de alpinismo ou alguma outra bugiganga tecnológica que somente o maior espião do cinema pode ter.

Mas desde 007 – Cassino Royale (Casino Royale, de 2006, direção de Martin Campbell, com Eva Green e Judi Dench), Bond não tem mais seus brinquedos. Conta apenas com sua Walter PP9.

Como falei, não consegui aceitar este Craig como 007, apesar de a bilheteria de seus filmes serem excelente.

Eu ainda sonho com o dia em que Pierce Brosnan irá voltar ao papel. Parece que ele nasceu para dizer a frase “meu nome é Bond, James Bond”.

Ele tem o carisma e a elegância que o personagem exige. Mesmo matando um homem a sangue frio, como em 007 – O Amanhã Nunca Morre (Tomorrow Never Dies, de 1997, direção de Roger Spottiswoode, com Jonathan Pryce, Judi Dench, Michelle Yeoh e Teri Hatcher) Brosnan nunca perde o estilo. Ao contrário de Craig, como na cena da escada do hotel no Cassino Royale, quando ele parece mais um figurante de filme de artes marciais do que James Bond.

Vamos ver se o terceiro filme estrelado por Daniel Craig consegue me fazer mudar de ideia. Porque os dois primeiros não conseguiram.

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO SITE POLTRONA DE CINEMA (WWW.POLTRONADECINEMA.WORDPRESS.COM) EM ABRIL DE 2012

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