Nos últimos anos, o cinema redescobriu algumas histórias que
estavam esquecidas no passado da televisão: algumas das mais famosas séries de
TV estão aparecendo na tela grande.
Alguns exemplos que podemos citar é As Panteras, Esquadrão
Classe A, S.W.A.T., Jornada nas Estrelas e algumas de menor expressão, como O
Santo.
Mas vamos nos focar nos filmes acima.
O Santo, de 1997, estrelado por Val Kilmer e Elisabeth Shue,
é baseado na série de mesmo nome, onde o ator principal era ninguém menos do
que Roger “007” Moore. Simon Templar, personagem de Val Kilmer, um ladrão
profissional, que trabalha para criminosos. Além de muito inteligente e
charmoso, Templar também usa várias identidades falsas, mas sempre com um
detalhe em comum: o nome nessas identidades é sempre de um santo da Igreja
Católica.
O filme conta com um roteiro muito elaborado, para não dizer
exagerado. Simon Templar é contratado pela máfia russa para roubar a fórmula de
uma nova fonte de energia limpa e acaba se envolvendo em um golpe de estado na
Russia enquanto a Interpol está atrás dele.
Não é um filme ruim, mas também não é nada digno do Oscar.
S.W.A.T., de 2003, já conta com um elenco de mais peso,
formado por Samuel L. Jackson, Colin Farrell, Michelle Rodriguez e Jeremy
Renner. O roteiro é simples e direto: o sgt. Dan “Hondo” (Jackson) está
formando uma nova equipe da S.W.A.T. e tem como missão levar um traficante de
drogas até a cadeia, mas antes de ser transferido, o traficante oferece 100
milhões de dólares para quem libertá-lo, o que torna a equipe da S.W.A.T. um
alvo para todos os bandidos da Califórnia.
A série em que o filme é baseada não foi um sucesso na TV
americana na década de 70, tendo sido gravados apenas 2 temporadas.
Uma das melhores adaptações recente de série para filme foi
O Esquadrão Classe A, de 2010. A série,
sucesso de audiência entre 1983 e 1987, tanto nos Estados Unidos quanto no
Brasil, contava a história de um grupo de ex-militares que, após terem sido
condenados injustamente de roubarem um banco em Hanói, se tornam Soldados da
Fortuna e ajudam as pessoas que precisam.
O roteiro do filme foi bem trabalhado neste ponto: mostra
como o Esquadrão se juntou e, da mesma maneira que na série, eles são
condenados por injustamente e fogem da prisão para tentar limpar seus nomes.
E a escolha dos atores também foi muito boa. Liam Neeson (Cel. Hannibal Smith),
Bradley Cooper (Ten. “Cara de Pau” Peck), Quinton Jackson (Sgt. B.A.
Baracus) e Sharlto Copley (Cap. Murdock) conseguiram manter o mesmo ritmo dos
atores da série: George Peppard, Dirk Benedict, Mr. T e Dwight Schultz. Uma
pena só que os produtores do filme não tiveram a idéia de fazer os personagens
originais da série aparecerem fazendo uma ponta. Quem sabe na continuação.
E agora, vamos para (em minha opinião) a pior adaptação já
feita por Hollywood para uma série de TV: As Panteras.
A série, que teve 5 temporadas de 1976 a 1981, foi um
sucesso sob vários aspectos: além de lançar várias atrizes, como Kate Jackson e
Farrah Fawcett, a série girava em torno de uma agência de detetives formada por
3 mulheres, sendo elas especialistas em área consideras masculinas, como lutas,
disfarces e tecnologia.
Infelizmente o filme de 2000 é triste. Não só o primeiro, o
segundo filme, As Panteras Detonando, de 2002, conseguiu ser pior ainda.
Roteiro confuso, exagero nos efeitos especiais e personagens fracos, apesar do
elenco ter nomes de peso como Cameron Diaz, Drew Barrymore, Lucy Liu, Bill
Murray (somente no 1º filme) e Demi Moore (2º filme) e Rodrigo Santoro (2º
filme), tornam o filme chato, cansativo e barulhento.
Para se ter uma idéia da falta de contexto no roteiro, o
personagem de Santoro no filme não fala uma palavra e aparece no começo do
filme, passando ao expectador a idéia de que ele é um grande vilão. Mas, antes
do meio do filme, é morto.
Agora as cenas de efeitos especiais são realmente demais.
Todos os efeitos foram retirados de Matrix e exageradamente usadas, tornando o
filme cansativo e previsível demais. O que deveria ter gerado um resultado ao
contrário: quando usado os efeitos, estes deveriam surpreender o espectador.
Mas em As Panteras, não.
Infelizmente não é sempre que Hollywood acerta na adaptação.
Espero que nas próximas adaptações, os diretores e roteiristas acertem mais a
mão.
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO SITE POLTRONA DE CINEMA (WWW.POLTRONADECINEMA.WORDPRESS.COM) EM JULHO DE 2011
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