sábado, 26 de julho de 2014

DA TV PARA O CINEMA

Nos últimos anos, o cinema redescobriu algumas histórias que estavam esquecidas no passado da televisão: algumas das mais famosas séries de TV estão aparecendo na tela grande.

Alguns exemplos que podemos citar é As Panteras, Esquadrão Classe A, S.W.A.T., Jornada nas Estrelas e algumas de menor expressão, como O Santo.
Mas vamos nos focar nos filmes acima.
O Santo, de 1997, estrelado por Val Kilmer e Elisabeth Shue, é baseado na série de mesmo nome, onde o ator principal era ninguém menos do que Roger “007” Moore. Simon Templar, personagem de Val Kilmer, um ladrão profissional, que trabalha para criminosos. Além de muito inteligente e charmoso, Templar também usa várias identidades falsas, mas sempre com um detalhe em comum: o nome nessas identidades é sempre de um santo da Igreja Católica.

O filme conta com um roteiro muito elaborado, para não dizer exagerado. Simon Templar é contratado pela máfia russa para roubar a fórmula de uma nova fonte de energia limpa e acaba se envolvendo em um golpe de estado na Russia enquanto a Interpol está atrás dele.

Não é um filme ruim, mas também não é nada digno do Oscar.
S.W.A.T., de 2003, já conta com um elenco de mais peso, formado por Samuel L. Jackson, Colin Farrell, Michelle Rodriguez e Jeremy Renner. O roteiro é simples e direto: o sgt. Dan “Hondo” (Jackson) está formando uma nova equipe da S.W.A.T. e tem como missão levar um traficante de drogas até a cadeia, mas antes de ser transferido, o traficante oferece 100 milhões de dólares para quem libertá-lo, o que torna a equipe da S.W.A.T. um alvo para todos os bandidos da Califórnia.

A série em que o filme é baseada não foi um sucesso na TV americana na década de 70, tendo sido gravados apenas 2 temporadas.
Uma das melhores adaptações recente de série para filme foi O Esquadrão Classe A, de 2010.  A série, sucesso de audiência entre 1983 e 1987, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, contava a história de um grupo de ex-militares que, após terem sido condenados injustamente de roubarem um banco em Hanói, se tornam Soldados da Fortuna e ajudam as pessoas que precisam.

O roteiro do filme foi bem trabalhado neste ponto: mostra como o Esquadrão se juntou e, da mesma maneira que na série, eles são condenados por injustamente e fogem da prisão para tentar limpar seus nomes.

E a escolha dos atores também foi muito boa. Liam Neeson (Cel. Hannibal Smith), Bradley Cooper (Ten. “Cara de Pau” Peck), Quinton Jackson (Sgt. B.A. Baracus) e Sharlto Copley (Cap. Murdock) conseguiram manter o mesmo ritmo dos atores da série: George Peppard, Dirk Benedict, Mr. T e Dwight Schultz. Uma pena só que os produtores do filme não tiveram a idéia de fazer os personagens originais da série aparecerem fazendo uma ponta. Quem sabe na continuação.

E agora, vamos para (em minha opinião) a pior adaptação já feita por Hollywood para uma série de TV: As Panteras.

A série, que teve 5 temporadas de 1976 a 1981, foi um sucesso sob vários aspectos: além de lançar várias atrizes, como Kate Jackson e Farrah Fawcett, a série girava em torno de uma agência de detetives formada por 3 mulheres, sendo elas especialistas em área consideras masculinas, como lutas, disfarces e tecnologia.

Infelizmente o filme de 2000 é triste. Não só o primeiro, o segundo filme, As Panteras Detonando, de 2002, conseguiu ser pior ainda. Roteiro confuso, exagero nos efeitos especiais e personagens fracos, apesar do elenco ter nomes de peso como Cameron Diaz, Drew Barrymore, Lucy Liu, Bill Murray (somente no 1º filme) e Demi Moore (2º filme) e Rodrigo Santoro (2º filme), tornam o filme chato, cansativo e barulhento.

Para se ter uma idéia da falta de contexto no roteiro, o personagem de Santoro no filme não fala uma palavra e aparece no começo do filme, passando ao expectador a idéia de que ele é um grande vilão. Mas, antes do meio do filme, é morto.

Agora as cenas de efeitos especiais são realmente demais. Todos os efeitos foram retirados de Matrix e exageradamente usadas, tornando o filme cansativo e previsível demais. O que deveria ter gerado um resultado ao contrário: quando usado os efeitos, estes deveriam surpreender o espectador. Mas em As Panteras, não.

Infelizmente não é sempre que Hollywood acerta na adaptação. Espero que nas próximas adaptações, os diretores e roteiristas acertem mais a mão.

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO SITE POLTRONA DE CINEMA (WWW.POLTRONADECINEMA.WORDPRESS.COM) EM JULHO DE 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário