Nunca fui muito fã de filmes de terror.
Para falar a verdade, só consegui assistir o primeiro A Hora
do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, de 1984, direção de Wes Craven) quando
tinha mais de 10 anos, quase 7 anos depois do seu lançamento. Sexta Feira 13
(Friday the 13th, de 1980, direção de Sean S. Cunningham) eu também devo ter
visto nessa época. Brinquedo Assassino (Child’s Play, de 1988, direção de Tom
Holland) também nunca esteve na minha lista de filmes preferidos quando
moleque.
Não porque eu tivesse medo, mas sim porque nunca me atraiu a
ideia de pessoas sendo mortas por maníacos homicidas imortais que matavam
apenas por diversão.
A Morte do Demônio (The Evil Dead, de 1981, direção de Sam Raimi)
eu lembro que fui assistir na casa de um amigo: juntamos um monte de gente e
fomos ver o filme “proibido”! Explico: a versão original foi proibida em vários
países, como Alemanha e Finlândia. Então todos os moleques queriam ver e
mostrar que eram machos.
Mas no geral, nunca fui muito fã desse tipo de filme. E
hoje, já adulto, vejo esses filmes com certa graça até. Porque até hoje não
entendo como o Jason andando consegue alcançar uma garota de 17 anos correndo.
Outros, como A Morte do Demônio viraram cult.
Diferente desses filmes, as atuais produções de terror não
me agradam. São extremamente violentas e tem uma carga de terror psicológico
exagerado.
Por exemplo, a franquia Jogos Mortais. É o tipo de filme que
quando você assiste você sai mal do cinema, com um embrulho no estomago.
Algumas cenas são muito fortes. A mesma coisa de outros filmes, como O
Albergue, Rec, Atividade Paranormal, Turistas e por aí vai.
Não posso deixar de destacar alguns filmes.
Um é Turistas (Turistas, de 2006, direção de John Stockwell),
filme que foi muito criticado por se passar no Brasil. Para falar a verdade,
acho que esse é o menor dos detalhes. Mas as cenas das pessoas sendo atacadas e
mortas fazem você se sentir mal.
Outro é o remake Doce Vingança (I Spit on Your Grave, de
2011, direção de Steven R. Monroe). O filme mostra a vingança de uma mulher que
foi estuprada por vários homens de uma pequena cidade, inclusive o xerife. E
como não pode esperar por justiça, ela resolve fazer justiça com as próprias
mãos. O filme inteiro é pesado: a cena do estupro é exageradamente forte, assim
como as cenas dela torturando e matando os estupradores.
Já Centopeia Humana (The Human Centipede, de 2009, direção
de Tom Six) é o tipo de filme que juro não entender como foi produzido. A história
de um cientista maluco que quer criar uma centopeia humana, unindo pessoas pela
boca e pelo anus é de um extremo mau gosto. E pior ainda é pensar que já teve
uma continuação e um terceiro filme está sendo estudado.
Gosto de filmes que saibam como trabalhar o terror. Por
exemplo, A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, de 1999, direção de Daniel
Myrick e Eduardo Sánchez). Em momento nenhum a bruxa aparece, mas a tensão e
medo são transmitidos de forma maravilhosa, que prendem o espectador. E muitas vezes,
não é necessário aparecer um monstro na tela, mas apenas um movimento ou um
barulho podem ser muito mais apavorantes. Também gosto dos filmes japoneses e
suas versões americanas, como O Chamado, O Grito e Águas Passadas.
E em breve vai ser lançada a refilmagem de A Morte do
Demônio. Sam Raimi está trabalhando como produtor e não irá dirigir o filme,
que foi entregue para o uruguaio Fede Alvarez. E o trailer não é lá muito
animador. Pelo menos para mim.
Eu não gosto da ideia de assistir um filme e sair dele
enjoada. Toda vez que vou ao cinema, procuro me divertir. E não passar mal.
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO SITE POLTRONA DE CINEMA (WWW.POLTRONADECINEMA.WORDPRESS.COM) EM NOVEMBRO DE 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário