domingo, 10 de agosto de 2014

TELEXFREE E AS PIRÂMIDES FINANCEIRAS QUE FIZERAM HISTÓRIA

Recentemente abordamos aqui no Blog da Rico como funciona o esquema de Pirâmide Financeira. Dando sequência a este assunto tão polêmico, hoje vamos falar sobre as pirâmides mais famosas que fizeram história pelo mundo.
Apesar de ser um esquema já existente no passado, a primeira que se tem registro é o Esquema Ponzi, que aconteceu nos Estados Unidos na década de 20.
O golpe consistia em trocar cupons postais por selos dos Estados Unidos, só que a um preço mais elevado. Milhares de famílias, principalmente de imigrantes italianos, investiram todas as suas economias no esquema de Charles Ponzi e acabaram perdendo tudo.

Em Portugal, o esquema elaborado por Dona Branca nas décadas de 70 e 80, levou milhares de portugueses à falência. A "Banqueira do Povo", como ficou conhecida Dona Branca, trabalhava como um banco popular, realizando depósitos e empréstimos com rendimentos superiores a 10% ao mês, sendo que na mesma época os bancos portugueses pagavam 30% ao ano.

Basicamente quando uma pessoa realizava um depósito, parte dele ficava com a Dona Branca e a outra parte pagava os “juros”para outra pessoa.

Aqui no Brasil tivemos dois esquemas bem famosos: a Fazenda Reunidas Boi Gordo e a Avestruz Master. Os dois funcionavam da mesma forma: diziam comprar animais e engordá-los para venda, pagando rendimentos mensais para os participantes. Porém nenhum animal nunca foi vendido pelas duas empresas, o que causou prejuízo para diversas pessoas.

Mais recentemente tivemos o caso da Telexfree, que utilizou como ferramenta de ilusão a internet: o esquema consistia na venda de planos de telefonia via Voip.
Alguns esquemas se aproveitam do mercado financeiro para iludir as pessoas. Como o caso da Caritas, na Romênia. A empresa fundada pelo empresário IoanStoica em 1992, prometia retornos de até 8 vezes o investido. Até que em 1994 a empresa foi fechada, com uma dívida superior a US$ 450 milhões.

Nos EUA o mercado financeiro foi afetado devido ao esquema criado por Bernard Madoff, que gerou um prejuízo de cerca de US$ 65 bilhões. O esquema consistia em um fundo de investimento que remunerava os clientes mais antigos com o dinheiro dos novos investidores, sem produzir rendimentos reais. Ele prometia retorno de até 10% do capital investido mesmo com o mercado caindo mais de 30%.
No Brasil tivemos um caso semelhante: o do Fundo de Investimento Capitalizado (FICAP). Criado pelo mineiro Thales Maioline, tinha um método operante similar ao de Madoff. Cerca de 2 mil pessoas foram iludidas pelas promessas de altos lucros e riscos baixos.

Segundo cartilha online do Ministério da Justiça, existem algumas dicas que podem ajudar a reconhecer se a empresa está ou não envolvida com um esquema de pirâmide:

1. Há promessa de altos ganhos, normalmente em pouco tempo, mas sem que haja clareza quanto a um real esforço do participante com a venda de produtos;

2. Não há menção a eventuais riscos de perdas envolvidos na operação;

3. O ganho vem mais da indicação de novos participantes do que da venda do produto em si;

4. Esquemas piramidais normalmente escolhem produtos cuja produção é barata (podem ser apenas virtuais) e não possuem um valor relevante de mercado. Ou seja, é importante que os produtos vendidos sejam realmente demandados pelo mercado;

5. Empresas que prometem lucros muito acima dos em comparação a concorrentes, principalmente quando são empresas que trabalham com o mercado financeiro;

6. Desconfie também de empresas quando se tem dificuldade de se obter informações sobre elas.

Consulte sempre o CNPJ da empresa no site da Receita Federal. Em relação a empresas gestoras de fundos ou qualquer tipo de operação relacionada ao mercado financeiro, vale a pena consultar o site da CVM para conhecer mais sobre ela.

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DA CORRETORA RICO (WWW.BLOG.RICO.COM.VC) EM JULHO DE 2014

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