Recentemente abordamos aqui no Blog da Rico como funciona o
esquema de Pirâmide Financeira. Dando sequência a este assunto tão polêmico,
hoje vamos falar sobre as pirâmides mais famosas que fizeram história pelo
mundo.
Apesar de ser um esquema já existente no passado, a primeira
que se tem registro é o Esquema Ponzi, que aconteceu nos Estados Unidos na
década de 20.
O golpe consistia em trocar cupons postais por selos dos
Estados Unidos, só que a um preço mais elevado. Milhares de famílias,
principalmente de imigrantes italianos, investiram todas as suas economias no
esquema de Charles Ponzi e acabaram perdendo tudo.
Em Portugal, o esquema elaborado por Dona Branca nas décadas
de 70 e 80, levou milhares de portugueses à falência. A "Banqueira do
Povo", como ficou conhecida Dona Branca, trabalhava como um banco popular,
realizando depósitos e empréstimos com rendimentos superiores a 10% ao mês,
sendo que na mesma época os bancos portugueses pagavam 30% ao ano.
Basicamente quando uma pessoa realizava um depósito, parte
dele ficava com a Dona Branca e a outra parte pagava os “juros”para outra
pessoa.
Aqui no Brasil tivemos dois esquemas bem famosos: a Fazenda
Reunidas Boi Gordo e a Avestruz Master. Os dois funcionavam da mesma forma:
diziam comprar animais e engordá-los para venda, pagando rendimentos mensais
para os participantes. Porém nenhum animal nunca foi vendido pelas duas
empresas, o que causou prejuízo para diversas pessoas.
Mais recentemente tivemos o caso da Telexfree, que utilizou
como ferramenta de ilusão a internet: o esquema consistia na venda de planos de
telefonia via Voip.
Alguns esquemas se aproveitam do mercado financeiro para
iludir as pessoas. Como o caso da Caritas, na Romênia. A empresa fundada pelo
empresário IoanStoica em 1992, prometia retornos de até 8 vezes o investido.
Até que em 1994 a empresa foi fechada, com uma dívida superior a US$ 450
milhões.
Nos EUA o mercado financeiro foi afetado devido ao esquema
criado por Bernard Madoff, que gerou um prejuízo de cerca de US$ 65 bilhões. O
esquema consistia em um fundo de investimento que remunerava os clientes mais
antigos com o dinheiro dos novos investidores, sem produzir rendimentos reais.
Ele prometia retorno de até 10% do capital investido mesmo com o mercado caindo
mais de 30%.
No Brasil tivemos um caso semelhante: o do Fundo de
Investimento Capitalizado (FICAP). Criado pelo mineiro Thales Maioline, tinha
um método operante similar ao de Madoff. Cerca de 2 mil pessoas foram iludidas
pelas promessas de altos lucros e riscos baixos.
Segundo cartilha online do Ministério da Justiça, existem
algumas dicas que podem ajudar a reconhecer se a empresa está ou não envolvida
com um esquema de pirâmide:
1. Há promessa de altos ganhos, normalmente em pouco tempo,
mas sem que haja clareza quanto a um real esforço do participante com a venda de
produtos;
2. Não há menção a eventuais riscos de perdas envolvidos na
operação;
3. O ganho vem mais da indicação de novos participantes do
que da venda do produto em si;
4. Esquemas piramidais normalmente escolhem produtos cuja
produção é barata (podem ser apenas virtuais) e não possuem um valor relevante
de mercado. Ou seja, é importante que os produtos vendidos sejam realmente
demandados pelo mercado;
5. Empresas que prometem lucros muito acima dos em
comparação a concorrentes, principalmente quando são empresas que trabalham com
o mercado financeiro;
6. Desconfie também de empresas quando se tem dificuldade de
se obter informações sobre elas.
Consulte sempre o CNPJ da empresa no site da Receita
Federal. Em relação a empresas gestoras de fundos ou qualquer tipo de operação
relacionada ao mercado financeiro, vale a pena consultar o site da CVM para
conhecer mais sobre ela.
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DA CORRETORA RICO (WWW.BLOG.RICO.COM.VC) EM JULHO DE 2014
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