Semana passada, a Rico recebeu André Rocha, profissional do
mercado de ações há mais de 20 anos, analista de investimentos credenciado pela
APIMEC e colunista do Jornal Valor e do blog O Estrategista –
www.estrategista.net.
Neste bate-papo, André compartilha seu vasto conhecimento
de mercado para falar sobre o cenário de investimentos neste ano de eleições.
Confira entrevista exclusiva:
Como avaliar o desempenho das ações de uma empresa?
Quando vamos avaliar uma empresa, temos que olhar se a
empresa vem dando resultados nos últimos. Às vezes vemos muito o futuro, mas e
o passado? Como foi? Isso evita que você entre em empresas pré-operacionais.
Não temos que ser radicais e olhar somente o passado da empresa, mas temos que
tomar cuidado com empresas que dizem que vão crescer 30% no ano seguinte, sendo
que nos anos anteriores ela nunca cresceu 30%. Quais são os indicativos que
mostram que a empresa terá esse crescimento. Daí parte do investidor acreditar
nesses indicativos ou não. Se a empresa vem crescendo constantemente, vale a
pena dar o benefício da dúvida para ela.
Como você vê a relação entre política e mercado?
Hoje temos um governo mais intervencionista, com ingerência
nas agências regulatórias, como a ANATEL e ANEEL, além da falta de respeito a
contratos assinados. É por isso que o mercado anda junto com as pesquisas. É
por isso que certas ações tem andado conforme vão saindo às pesquisas
eleitorais. Apesar de parecer, isso não é especulação do mercado. Na verdade,
temos um fundamento nisso. Se tivermos uma mudança de governo e entrar um
governo mais “marketfriend”, que respeite mais os contratos, alguns papéis
tendem a ter uma melhora. Então não é especulação ou boato.
E como o investidor pode se preparar para as eleições que
estão por vir?
O atual governo ainda é favorito à reeleição mas não é como
há 6 meses atrás. Hoje temos 3 candidatos, sendo que dois deles tem um perfil
de mais apreço ao mercado do que o PT. Tanto que no primeiro mandato do Lula,
ele teve muito respeito ao mercado, até um pouco de medo em relação a uma crise
mais séria, tanto que nomeou uma pessoa de mercado para o Banco Central. Mas a
partir do segundo mandato, ele mais ‘afrouxou’ essa questão. E agora, entrando
um destes dois candidatos, a tendência é que haja uma forte valorização das
estatais. Do mercado como um todo, mas das estatais em especial.
Hoje temos um cenário muito relacionado às eleições e ao
crescimento do mercado, coisa que não via desde 2002. Em 2006 e 2010 as
eleições não afetaram tanto o mercado.
***
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PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DA CORRETORA RICO (WWW.BLOG.RICO.COM.VC) EM JUNHO DE 2014
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