O mercado do futebol hoje movimenta milhões de dólares.
Não só em patrocínios aos times, mas também para os atletas. Hoje os salários
giram em torno de 5 dígitos de zero.
Porém, alguns jogadores conseguem gastar a mesma quantia
que ganham. Tanto é que assim que penduram suas chuteiras, acabam quebrando.
Quem se deu mal..
Por exemplo o ex-atacante Muller, que jogou nos 4 grandes
clubes de São Paulo. O atacante chegou a receber mais de R$ 100 mil por mês pra
depois morar de favor na casa do também ex-atleta Pavão. Quem também teve
problemas foi o volante Zé Elias, que além dos problemas financeiros, passou
alguns dias na cadeia por não ter pago a pensão alimentícia de seus dois
filhos.
Outro jogador que teve problemas financeiros foi o
lateral Índio. O jogador com passagens pelo Corinthians, Goias e Noroeste,
enfrentou problemas principalmente depois que voltou a jogar no Brasil. Segundo
o atleta, a culpa pela fase ruim financeiramente é do empresário, que roubava
dinheiro dele enquanto estava no exterior.
Não pense que este tipo de problema afetou somente os
jogadores brasileiros. Um dos casos mais recentes envolve o atacante Christian
Vieri. Com passagens pelo Juventus, Atlético de Madrid, Lazio e Internazionale,
o atleta italiano encerrou sua carreira em 2009 e começou a se dedicar ao
pôquer. Após perder muito dinheiro na mesa, ele resolveu investir em uma
empresa, que foi acusada de fraude. Vieri foi investigado pela polícia, pois
havia a suspeita de falência fraudulenta na empresa em que ele investiu. Livre
das acusações, mas sem dinheiro, hoje o atacante trabalha como comentarista de
TV e está procurando emprego como treinador.
Muitos jogadores acabam gastando seu dinheiro com carros,
viagens, roupas, jóias, jogos de azar e, em certos casos, com mulheres e
casamentos. E a maioria deles acaba demonstrando despreparo para administrar
tanto dinheiro após o termino da carreira. E esse despreparo nada mais é do que
a falta de educação financeira quando criança e no auge da carreira.
Outro erro muito comum que os jogadores fazem com suas
finanças são os investimentos sem liquidez, como imóveis, ou investimentos em
empresas que prometem muito lucro sem garantias, como aconteceu com Vieri.
No Brasil, o caso mais famoso envolve o volante Vampeta.
Em sua biografia, o ex-jogador do Corinthians, Flamengo e Seleção Brasileira
conta como se envolveu no esquema de pirâmide financeira das Fazendas Reunidas
Boi Gordo. Infelizmente, ele e vários outros jogadores, como os atacantes
Edilson e Evair acabaram perdendo muito dinheiro nesse investimento. Todos
foram seduzidos pelas promessas de lucros extremamente altos e rápidos.
Quem se deu bem..
Mas existem exceções que fogem à regra. É o caso do
zagueiro Paulo André e do ex-jogador William Machado, ambos com passagens pelo
Corinthians. Os dois se preparam durante a carreira, procurando conhecimento
para poder poupar e investir parte do que ganharam dentro das quatro linhas.
Tanto que William abriu até uma empresa especializada em orientar outros
jogadores com investimentos.
Já Paulo André gosta de investir na Bolsa de Valores. E
não pense que ele deixa seu patrimônio aos cuidados de uma empresa: ele gosta
de acompanhar suas ações em tempo real através de um home broker. Lógico que
hoje está mais complicado para o atleta seguir a Bovespa: desde o começo do ano
ele está jogando pelo ShanghaïShenhua, da China.
No mundo dos negócios, outro jogador que se destaca é
Ronaldo. O camisa 9 da Seleção Brasileira investe em imóveis, (dentro e fora do
Brasil), academias e uma empresa especializada em marketing esportivo. O
Fenômeno tem uma equipe de economistas responsáveis por suas finanças. Mas
segundo o próprio atacante, ele tem um perfil mais conservador.
Outros jogadores que penduraram a chuteira seguem o
exemplo. O pentacampeão mundial Junior abriu um restaurante internacional que
tem a culinária francesa como especialidade, em Belo Horizonte. Já Petkovic tem
uma pizzaria no Rio de Janeiro, enquanto Fábio Luciano optou por um restaurante
na cidade de Vinhedo. Já o zagueiro Luis Alberto, que atualmente está no
Atlético Paranaense, investiu em uma oficina mecânica; o atacante Nilmar tem
uma rede de postos de gasolina enquanto que meio-campo Paulo Baier, do
Criciúma, planta soja no interior do Rio Grande do Sul.
Outros preferem aproveitar a fama para se tornarem
garotos propaganda: Cafu representa um site de aposta e uma companhia de
seguros; Raí é garoto propaganda de um banco federal e uma fábrica de
automóveis que também apoia Cafu, Rivelino e Pelé; enquanto que Romário tem sua
imagem ligada a uma cervejaria, mesmo sendo deputado federal pelo Rio de
Janeiro.
Tudo isso mostra que hoje alguns jogadores estão mais
preparados para seguirem a sua vida após a aposentadoria. Mas muitos ainda
acabam perdendo tudo porque não tiveram orientação ou educação financeira para
administrarem suas economias.
Mas isso não acontece somente com a classe de atletas.
Muitas pessoas sofrem do mesmo problema: de terem um alto rendimento enquanto
trabalham, mas devido a algum imprevisto, acabam perdendo o emprego e ficando
sem nada.
Por isso, investir pensando no futuro não é papo de vendedor de previdência privada. Temos sim que aproveitar a vida hoje, mas também temos que pensar no futuro, montando uma reserva para podermos curtir a nossa aposentadoria sem problemas.
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DA CORRETORA RICO (WWW.BLOG.RICO.COM.VC) EM JUNHO DE 2014
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